MERY FLORES SAAVEDRA
( Bolívia )
(La Paz, Bolívia, 1935).- Poeta e jornalista. Advogada de profissão.
Trabalhou em mídias como 'Presencia', 'La Nación', 'El Diario' e na revista 'Cordillera'. Premiado em diversos eventos literários.
Para Juan Quirós, Mery Flores "é uma profissional de sonetos, o que não quero dizer que ela não use outras formas de poesia. Torna-os bons e belos, cheios de vida e de vibração que sua alma -sempre inquieta- imprime em tudo o que é apresentado ou tocado".
Yolanda Bedregal, em 1977, distinguiu-a assim: "A melhor escritora de sonetos boliviano. Sua poesia é profunda, sugestiva com toques de melancolia e insatisfação decorrentes de uma intimidade sensível, mas não sentimental. Intensa e expressiva, ela administra idéia, sentimento e forma em bom equilíbrio".
Entre seus poemas está o indicado 'Ser', que diz: "A palavra é um vinho que, paralisado, / intoxica a alma apenas pela metade / e é na solidão o ser, silencioso / árvore defendida por suas raízes. / E é Assim meu verso, pensativo, / cinza que pode fugir, abanado / pelo tempo, relâmpago fugidio; / então... sombra na sombra abandonada, / nascido na solidão, verbo cativo / de suas raízes de uma alma apaixonada" .
LIVROS:
Poesia: Fervor (1952); Névoas (1958); Quatro Poemas (1959); Poemas (1959); Sonetos (1965); Poemas das Sombras (Prêmio 'Franz Tamayo' de 1969, ed. 1975); Os silêncios de Deus (Primeiro Prêmio 'Franz Tamayo' 1981, ed. 1988).
Biografia e foto extraídos de: https://elias--blanco-blogspot-com.translate.goog/
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
BEDREGAL, Yolanda. Antología de la poesía boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977. 627 p.
13,5x19 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
AHORA
Yo soy la sombra, aquella que no olvida.
Esa cuyo camino iluminaba
una esperanza, luz que deslizaba
su cendal inconsútil por la vida.
Que un día aguardó la amanecida
sonrisa del mañana, quien cantaba
al paso de las horas, la que amaba
creyendo siempre, clara, estremecida.
Sombra de sombras, sombra en el camino,
galeote por los dioses condenado
a los eternos remos de su sino,
ahora soy tan sólo el despoblado
pecho que alerta aguarda el dón divino
de un dios que tal vez duerme en mí, ignorado…
ES CIERTO, CAMINANTE
Es cierto, caminante,
que pude haber tomado tu huella por camino
haciendo de tus pasos un norte imaginario;
que pude ser tu sombra,
el agua que a tus labios te brinde su frescura,
y hacer que mi voz sea un eco de la tuya.
Mas, no quise ser nube en tu claro horizonte,
ni el ancla que te amarre por vida
a un solo puerto.
Y sólo fui un pañuelo que se agitaba al viento
despidiendo un ilusorio barco.
Qué importa, caminante!
Qué importa si no pudo tu vida ser la mía!
Antes que ser cadena para tu alma inquieta,
prefiero ser la ausencia que se torna olvido,
pudiendo haber tomado tu huella por camino.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
AHORA
Eu sou a sombra, aquela que na olvida.
Essa cujo caminho iluminava
uma esperança, luz que deslizava
seu cendal inconsútil pela vida.
Que um dia aguardou a amanecida
alegria da manhã, quem cantava
a passagem das horas, a que amava
acreditando sempre, clara, estremecida.
Sombra de sombras, sombra pelo caminho,
galeote pelos deuses condenado
aos eternos remos de seu destino,
agora sou apenas o despovoado
peito que alerta aguarda o dom divino
de um deus que talvez dorme em meu ignorado…
ES CIERTO, CAMINANTE
É certo, caminhante,
que posso ter tomado tua pegada como caminho
fazendo de teus passos um norte imaginário;
que podia ser tua sombra,
a água que a teus lábios te brinde sua frescura,
e fazer que minha voz seja um eco da tua.
Mas, não quis ser nuvem em teu claro horizonte,
nem a âncora que te amarre pela vida
a um único porto.
Y fui apenas um lenço que se agitava no vento
despedindo um ilusório barco.
Que importa, caminhante!
Que importa se não foi possível tua vida ser a minha!
Antes que ser corrente para tua alma inquieta,
prefiro ser a ausência que se torna olvido,
podendo haver tomado tua pegada como um caminho.
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Página publicada em junho de 2022.
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